Os gregos
falavam que a ciência era uma episteme, ao
contrário da opinião, que era uma doxa. Neste
caso a Filosofia serve como instrumento em busca da verdade científica e tem
por finalidade melhorar a compreensão que os homens têm das coisas em seu
mundo. O povo, de forma geral, sustenta verdades que os filósofos chamam de “senso comum”. O ideal da filosofia é
levar os homens ao “senso crítico”,
fazendo-os passar da opinião para a ciência.
Quando a
Filosofia se relaciona com o pensamento científico acontece um choque de
idéias, pois o senso crítico dos filósofos os leva a enxergar inverdades nos
postulados científicos. Aliás, a Filosofia chama estas inverdades de
pseudociências, falsificações científicas. Logo percebemos que a Filosofia da
Ciência não aceita parcerias com os embusteiros da razão.
Esta postura
prepotente da Filosofia tem lhe custado caro, pois muitos filósofos sofreram tanto
a perda de seus bens materiais como a pena de morte por causa de suas idéias
ousadas. Sócrates é um exemplo clássico de mártir da Filosofia. Ele foi
condenado à morte por defender sua liberdade em pensar de forma crítica e não
convencional. Já Platão, em sua alegoria
da caverna afirma que o verdadeiro filósofo acaba sendo morto pelos homens
a quem deseja libertar.
O filósofo
Fracis Bacon ensinava que “saber é poder”,
mas para alcançar este poder seria necessário enfrentar camadas e mais camadas
de inverdades lendárias inventadas pelos senhores das tribos, dos fóruns, das
cavernas e das academias. Quanta inverdade foi ensinada aos homens em nome da
ciência! Isto provocou um retrocesso incalculável para a história humana.
O filósofo
Renê Descartes ensinava que os homens devem aprender a pensar, antes de
afirmarem que encontraram a verdade. E o primeiro passo para aprender a pensar
é duvidar das verdades que foram transmitidas pelos mestres do saber. Não se
trata de uma dúvida ingênua, uma desconfiança qualquer, mas de um método
científico que leva o homem a descobrir a origem da existência humana dentro do
próprio ato de pensar. Podemos duvidar de tudo, menos de nossa própria
existência como seres pensantes. Este método de pensar deu origem ao
racionalismo moderno.