Há uma real indústria
de mitos no mundo! Mas onde ela se localiza, exatamente? Ela está no invisível das
palavras que andam de boca em boca, de conto em conto, de história em história,
de lenda em lenda. Os mitos surgem no acaso de um fato qualquer, ocorrido
naturalmente no mundo, mas percebido de forma fantástica por algum “contador de
histórias”. A história bem contada ganha popularidade e passa a ser repetida,
alterada e aumentada muitas vezes, tornando-se mito.
Vamos supor o
mito do “descobrimento do Brasil”, conforme contam os livros escolares. Ele diz
que Pedro Álvares Cabral “tropeçou”
e se perdeu das rotas marítimas com uma frota de 1.500 homens. Depois de meses
vagando pelo oceano Atlântico, avistaram o Monte Pascal, a Terra de Santa Cruz,
o nosso Brasil! Fantástico! Um homem experimentado na ciência da navegação se
perdeu no quintal de casa!
Assim são todos
os mitos. Surgem como histórias e ganham o peso da Verdade, patrocinados pelos
interesses das elites vendedoras de esperanças. Quer negócio mais lucrativo que
a ilusão de um mundo melhor? Quantas riquezas foram para a Europa depois que os
portugueses, espanhóis, ingleses, franceses e holandeses invadiram o Novo Mundo?
E quem patrocinou a exploração das Américas? Os sonhadores, que venderam suas
propriedades e investiram tudo para viverem deste lado do “paraíso”, mas ao
chegarem por aqui encontraram pobreza, miséria e muita solidão.
Os mitos
surgem por interesses econômicos, pois divertem e distraem as pessoas que pagam
bem aos artistas, humoristas e heróis do cinema. Enquanto o mito “render lucro”
os investidores continuarão a explorá-lo, mas se a renda cair, o mito cai. Assim
foi com a Grécia Antiga. Os templos perderam os patrocínios dos governantes e
os sacerdotes passaram a ganhar menos com os grandes rituais. Os deuses
perderam o prestígio e se tornaram lendários da mitologia.
Mesmo sabendo que o mito é um produto de consumo
e que não possui existência autêntica, as pessoas creem neles e lhes dão vida e
longevidade. Pouca gente abre mão de suas crendices e superstições, mesmo com
as evidências apontando os absurdos das mitologias.
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