A Filosofia da
Religião não é uma defesa da prática religiosa, mas uma investigação crítica
desta prática. É inegável que as pessoas tornam-se alienadas de certas
realidades por causa de seu apego ao mundo religioso e seu discurso espiritualizante.
A filosofia não incentiva o fim da religiosidade, mas denuncia o aspecto
viciante e até desumanizador das religiões.
Tudo começa com
a ideia de culto aos deuses ou espíritos de outra dimensão. Por que devemos
adorar um ser chamado Deus ou a seres divinos? Quais são as evidências reais da
existência de Deus? Por que precisamos dispensar uma vida inteira de fé a um
ser invisível e que sempre é visto entre as elites ricas deste mundo?
A boa fé dos
religiosos os leva a crer que Deus vai abençoá-los com saúde, prosperidade e
felicidade, além da salvação eterna de suas almas. A filosofia não questiona a
fé religiosa, nem a veracidade sobre a existência de Deus, mas faz as perguntas
sobre a autenticidade postulados da Religião, ou seja, se os líderes e
representantes das religiões são autênticos e honestos sacerdotes ou estão manipulando
as multidões com promessas de um paraíso que não existe, com uma salvação que não
salva ninguém.
É por esta razão
que os líderes religiosos costumam odiar e perseguir os filósofos racionalistas
e ateístas, pois esta classe de pensadores não poupa esforços para desmentir e
desmerecer a prática religiosa. Mas a Filosofia não se ocupa somente em
criticar. Ela procura tão somente desconstruir o discurso religioso e por à
prova se aquilo que pregam é honesto e de boa mente ou não passa de farsa e
ludibrio.
A maioria dos bons filósofos crê na existência de
Deus e na possibilidade em conhecê-lo em manter contato com Ele. Mas a
religiosidade destes filósofos tem uma característica mais existencialista e
menos dogmática, ou seja, eles crêem em Deus como uma fonte inesgotável de
sentido para a vida e os dilemas da existência. Não crêem no Deus morto das fórmulas
dogmáticas. Também não crêem no Deus das elites, sentado entre os nobres e
punindo os nada favorecidos. O Deus dos filósofos é um ser indecifrável, mas que
pode ser encontrado no embate diário, em meio ao sofrimento e coragem das
pessoas que precisam continuar vivendo, até que a morte chegue.